Guest User
June 13, 2025
Estive no espaço Os Lilases, no Alentejo, e apesar da beleza visual, a experiência revelou-se superficial, desorganizada e decepcionante. Desde o início, não há recepção funcional. O check-in é automatizado, mas não funciona, e o número fornecido não é atendido, mesmo após várias tentativas. Não há ninguém para acolher ou orientar — e isso já denuncia o vazio por trás da fachada estética. O espaço se vende como um local de “alma feminina”, espiritual, místico. Mas quando uma mulher firme, independente e com presença entra ali, o verniz estala. Escolhi com intencionalidade a minha roupa para entrar naquele lugar. Fui com consciência, presença e alinhamento. Ainda assim, fui julgada pela aparência, como se o espaço só valorizasse o visual — o mesmo visual vazio que oferece como fachada. Um lugar que retrata a beleza feminina, mas não sabe lidar com mulheres bonitas, sozinhas e seguras de si. Apenas com as dos “frescos” idealizados. Houve uma tentativa clara de me cobrar pela passagem de uma peça de roupa, algo que não fui previamente informada. Só não foi cobrado porque me posicionei com firmeza. Uma atitude oportunista, desonesta e incompatível com o valor cobrado pelo quarto. Além disso, o dono — amador, mas sedento por parecer um hoteleiro — não compreende o que é servir. Fez-me aguardar para o check-out enquanto socializava com outros hóspedes, numa tentativa de reforçar uma dinâmica de poder. Nunca sabemos quem estamos a atender. E ele atendeu, com despreparo e desrespeito, uma profissional da hospitalidade. Nem como hóspede fui tratada com o mínimo de consideração. O quarto, apesar de simples, custa 130 € por noite — valor que não corresponde de forma alguma à qualidade dos serviços. O ar condicionado só funcionou horas depois, e ainda me pressionaram a manter temperatura imposta (20 °C), como se eu não pudesse ajustar o meu próprio conforto. No dia seguinte, interromperam meu pequeno-almoço para “verificar o aparelho”. Invasivo e desnecessário. O pequeno-almoço é servido como se fosse um ritual nobre, mas por uma única pessoa — Alice, a única alma viva do espaço. Mas o modelo não funciona. Os hóspedes ficam visivelmente constrangidos, esperando em silêncio, sem saber como agir. Vi e ouvi várias queixas enquanto tomava o meu pequeno-almoço. A comida? Razoável. Nada que justifique o preço. A zona da piscina está constantemente suja devido à presença excessiva de andorinhas. Natureza é bem-vinda, mas há formas inteligentes de lidar com isso, se houvesse real conhecimento ou cuidado. Não é o caso. É amadorismo velado. O local é frequentado por nortenhos e estrangeiros em busca do Alentejo genuíno. O que encontram é um dono que não é da terra, não compreende o espírito alentejano, e improvisa um conceito de hotelaria que vive da imagem, não da essência. Mulheres independentes, seguras e com olhar crítico não são bem-vindas. São tratadas com indiferença, tentativas de desvalorização e narcisismo disfarçado de cortesia poética. Não bast
Translate